quinta-feira, 25 de maio de 2017

Independência financeira "extrema"

Fala, galera, como estão todos?

Sumi um pouco do blog pois vim visitar minha mãe aqui nos confins do Brasil e não trouxe meu Notebook.

Sem nada melhor pra fazer aqui na casa da minha querida mamãe, resolvi ler o livro do blogueiro gringo Early Retirement Extreme.

Fiquei tão impressionado com o livro que resolvi escrever o post de hoje pelo celular mesmo.

Vou chamar o blogueiro em questão de Jacob daqui pra frente, pois ficar repetindo "Early Retirement Extreme" ao longo do post vai me cansar os dedos.

Jacob mora nos EUA e alcançou a independência financeira aos 30 anos de idade, tendo parado de trabalhar para viver de renda aos 33.

Para alcançar essa meta, ele seguiu a fórmula que todos nós já conhecemos muito bem: criou uma renda passiva que supera com segurança suas despesas.

O que me impressionou no Jacob é que, para criar esse "gap" entre renda passiva e despesas, ele reduziu pra caralho as despesas, num nível que podemos chamar de extremo (talvez isso explique o nome do blog dele - Early Retirement Extreme).

Vejam só: Jacob mora dentro de um trailer de vinte e poucos metros quadrados, não tem carro, não tem televisão, fabrica os próprios itens de higiene pessoal e limpeza, tenta conservar as mesmas roupas por mais de uma década e planta muito do que come.

Ele defende no livro que é possível viver bem com 1/3 ou 1/4 do que uma pessoa de classe média gasta sem passar necessidades/viver na pobreza.

Considerando que um custo de vida baixo é aliado da aposentadoria precoce, pergunto: o que você está disposto a fazer para alcançar sua independência financeira mais rápido?

O estilo de vida do Jacob me parece bem extremo e até mesmo impraticável (quem arrisca morar num trailer aqui no Brasil?), então a conclusão que cheguei é que não conseguiria ser feliz ou me sentir seguro levando a vida que ele leva.

Por mais que eu não compreenda como é possível ser feliz da forma que ele vive, sei bem que é possível ser feliz com pouca coisa.

Não tenho carro, moro num apartamento pequeno e tenho uma despesa mensal bem baixa. Estou longe de ser extremo como o Jacob, e acho que nem desejo ser, mas sou extremo o suficiente aos olhos de muita gente.

Eu vivo feliz dessa forma, acreditem se quiser, mas é claro que recebo olhares tortos de gente que acredita que, para eu "ajeitar minha vida", deveria liquidar meus bens, comprar um HB20 e alugar um apê de 3 quartos.

É que, nessa faixa etária que me encontro (+- 30 anos), tá todo mundo deslumbrado com o próprio poder aquisitivo e seguindo fielmente o script da inflação do padrão de vida.

Então por mais que eu não me identifique com o extremismo do Jacob, consegui me identificar com ele até certo ponto, e o livro me instigou a me perguntar o que mais posso fazer para reduzir minhas despesas.

E vocês, colegas, costumam pensar sobre isso?

O que acham da ideia de viver uma vida simples, fora do padrão de ostentação que faz a alegria dos vendedores de carros, imóveis e roupas caras?
O que vocês estão dispostos a abrir mão para alcançar a IF mais rápido?

Estão satisfeitos com suas despesas mensais?

Viver uma vida simples seria um sacrifício para vocês?

Aquele abraço!


sexta-feira, 12 de maio de 2017

Secretárias bizarras do Seu Madruga

Fala galera, tudo bem?

Pra quem ainda não sabe, tenho uma empresa cujo extenso quadro de empregados consiste em uma secretária.

Essa estrutura já foi maior em determinados momentos (já tivemos auxiliar administrativo, office boy, estagiário...), mas no fim das contas percebemos que uma secretária é o suficiente, o resto a gente se vira.

E porque uma secretária é tão imprescindível assim?

Para recepcionar clientes, atender telefone, preparar e servir café, manter o ambiente organizado, repor material de escritório, agendar reuniões, digitalizar ou fotocopiar documentos, enfim, esse tipo de coisa, tudo muito simples de se fazer.

Apesar de ser um trabalho tranquilo de se realizar e de pagarmos ligeiramente acima do valor de mercado, ao longo dos anos comemos o pão que o capiroto amassou para encontrar uma secretária decente

E o post de hoje é justamente sobre isso: as secretárias bizarras que passaram pela empresa do Seu Madruga.


Vamos a elas:

1) Gabriela, a estudante

Gabriela era uma simpática menina do interior que veio tentar a sorte na cidade grande.

Depois de alguns meses trabalhando como secretária na minha empresa, ela nos contou que iria começar a fazer um curso de graduação à noite, pois foi aprovada no vestibular do curso de administração em alguma uniesquina obscura, mas que isso em nada ia atrapalhar o trabalho dela na empresa.

Parabéns pela conquista, Gabriela
Meu sócio mais velho ficou bem comovido com esse esforço da menina em trabalhar e se qualificar para melhorar de vida, e propôs que nossa empresa desse uma ajuda de custo de R$ 500,00/mês para ela, contanto que ela conseguisse conciliar trabalho e faculdade e tirasse notas boas.

Nenhum dos sócios (eu, inclusive) concordou com essa ideia, então meu sócio mais velho decidiu que daria essa ajuda de custo por conta própria e com dinheiro vindo do bolso dele. Ele realmente estava determinado a ajudar a secretária, pois ele veio do mesmíssimo cafofo no interior que ela e queria ajudar a conterrânea.

Depois de um semestre pagando a tal ajuda de custo, meu sócio mais velho cobrou da secretária o desempenho dela no primeiro período de faculdade, para saber se ela estava cumprindo o compromisso de tirar boas notas.

Após perceber um comportamento furtivo da Gabriela em falar sobre esse assunto, meu sócio mais velho ficou desconfiado e foi à uniesquina para averiguar se ela realmente estava fazendo o tal curso de graduação em administração.

Como vocês já devem imaginar, a menina não estava cursando porcaria nenhuma. Ela até chegou a se matricular, mas depois disso não deu continuidade, nunca tendo pisado na sala de aula ou pago mensalidade.

A ajuda de custo paga por fora pelo meu sócio não estava sendo revertida em estudos, mas sim em baladinhas sertanejas nos fins de semana.

Como reagi quando soube
E o pior de tudo é que, todo dia às 18 horas, Gabriela ia embora e a gente se despedia desejando uma boa aula, acreditando que ela estava indo estudar após um longo dia de trabalho.

Depois de um vacilo desses não foi possível mantê-la em nossa empresa, então demitimos ela sem justa causa.

2) Brenda, a secretária relâmpago

Depois de demitir Gabriela, fizemos um contrato de experiência com Brenda.

Brenda começou a trabalhar numa segunda-feira e, na quarta-feira da mesma semana, apareceu na empresa com o dedo indicador de uma das mãos fraturado e um atestado médico afastando-a do trabalho por um mês. UM MÊS.
 
Pode isso, Arnaldo? Eu não faltei ao trabalho nem quando estava com um braço inteiro imobilizado, e a menina quer ficar fora um mês por causa de um dedo?
Não lembro bem os pormenores dessa situação, só sei que mandamos ela catar coquinhos cuidar do dedo fraturado bem longe de nossas vidas e nunca mais a vimos.

3) Scheila e o marido invasor

Não vou entrar em detalhes sobre Scheila pois já escrevi um post contando tudo o que aconteceu. Mas resumindo: num domingo aleatório fui na minha empresa e flagrei o marido dela furtando nosso material de escritório.

4) Ivone, a mamãe

Ivone tinha uns 25 anos de idade, era casada e tinha um filho bebê.

Ela disse na entrevista de emprego que o filho bebê não seria um problema para a empresa, pois a avó da criança morava ao lado e adorava cuidar dela.

Votei contra a contratação de Ivone por conta do filho bebê, mas meus sócios decidiram contratá-la, acreditando que a vovó-babá cuidaria da criança e que Ivone se sentiria compelida a trabalhar direito, afinal tinha um filho para sustentar.


Ivone fez tudo dentro do esperado durante o contrato de experiência, então efetivamos a contratação.

Foi só contratar de forma definitiva que veio a primeira falta por motivo de "filho passou mal e tive que levar no hospital". 

Depois disso, faltas por motivos de "filho doente" começaram a se tornar recorrentes, primeiro uma vez a cada duas semanas, depois semanalmente, depois vários dias seguidos numa mesma semana. 

Eu avisei que ia dar merda, não avisei?
Já estávamos decididos a demiti-la quando, mais uma vez, Ivone faltou ao trabalho sob o pretexto de que o filho estava passando muito mal e ela teria que ficar em casa cuidando dele.

Quando a secretária falta, sou eu quem puxa e atende todos os telefonemas. Foi aí que recebi a seguinte ligação:

Pessoa desconhecida: Alô, bom dia. Aí é da empresa X?
Madruga:  Sim. 
Pessoa desconhecida: Poderia me informar se a Ivone trabalha aí?
Madruga: Quem está falando?
Pessoa desconhecida: Aqui é da loja Y. A Ivone está aqui fazendo um crediário, e preciso confirmar se ela realmente trabalha aí, pra completar o cadastro dela. 
Madruga: A Ivone tá aí?
Pessoa desconhecida: Sim.
Madruga: Fazendo compras?
Pessoa desconhecida: Sim. 
Madruga: Ela não trabalha aqui não.

Vejam só que safada, faltando sob o pretexto de que o filho estava doente, mas lá estava ela comprando tralhas em 48x no crediário. 

Mais uma.
Depois de vários perrengues, felizmente conseguimos encontrar uma excelente secretária. Ela é muito profissional, comprometida com o trabalho e veste a camisa da empresa. Ela é provavelmente bem mais dedicada à empresa do que eu seria se estivesse no lugar dela.

Mas enfim, o post de hoje foi totalmente despretensioso, só para compartilhar essa pequena experiência de empreendedorismo da vida real, a se contrapor um pouco ao empreendedorismo que vendem na televisão onde tudo funciona bem e dá maravilhosamente certo.

Aquele abraço!

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